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País:Portugal
Idioma:português

Recomendações orientadoras relativas ao tratamento da dor abdominal (na síndroma do cólon irritável)


EFSM: 2021;1:210128DOI: 10.52778/efsm.21.0128Data de publicação: 16.08.2021
Thomas Weiser

A dor abdominal é frequente e diminui a qualidade de vida. Muitas sociedades de especialistas por todo o mundo formularam orientações acerca do tratamento da síndrome do cólon irritável e todos eles referem os antiespasmódicos para o tratamento da dor abdominal. Porém, as substâncias exatas utilizadas dependem das opções de tratamento disponíveis. Deve ser referido que muitas orientações recomendam explicitamente o uso de butilbrometo de hioscina e de óleo de menta, ao passo que o uso de analgésicos não é uma opção.

A dor abdominal é frequente e, de uma maneira geral, não tem uma causa orgânica (ou seja, é uma dor funcional). De acordo com os dados atuais, cerca de 35% dos adultos sofrem de dores abdominais; um em cada seis sofre durante 1 a 3 dias por mês e um em cada quinze sofre frequentemente mais do que uma vez por semana [1].

A dor abdominal é também o principal sintoma do síndrome do intestino irritável (SII). A diferença entre a dor abdominal ocasional e a do SII é, em primeiro lugar, a frequência da dor e, em segundo lugar, a ocorrência simultânea de alterações no peristaltismo intestinal.

Existe atualmente um número considerável de guidelines de tratamento para o SII. Uma das razões para o elevado número de orientações é que nem todas as opções de tratamento estão disponíveis em todos os países e, por conseguinte, as recomendações “por medida” são importantes para a prática de tratamento a nível local.

Quadro: Recomendações orientadoras para o tratamento da dor abdominal no síndrome do intestino irritável

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PaísFármacos recomendados (seleção)Referência
HongkongAntiespasmódicos[2]
EUAOtilónio (brometo), pinavério (brometo), brometo de butilescopolami-na, cimetrópio (brometo), drotaverina, diciclomina, óleo de hortelã-pi-menta[3]
MéxicoMebeverina, trimebutina, butilescopolamina, hiosciamina, cimetrópio (brometo) otilónio (brometo), pinavério (brometo), alverina (citrato), fenoverina, rociverina, pirenzepina, óleo de hortelã-pimenta[4]
Coreia do SulAntispasmodics such as alverine citrate, mebeverine, otilonium (bromide), pinaverium (bromide), peppermint oil, hyoscine (bromide), cimetropium, trimebutine, phloroglucinol[5]
AlemanhaAntiespasmódicos, tais como brometo de butilescopolamina, mebever-ina, óleo de hortelã-pimenta[6]
CanadáAntiespasmódicos, tais como diciclomina, brometo de butilescopolami-na, pinavério (brometo), óleo de hortelã-pimenta[7]
Reino UnidoAntiespasmódicos[8]
PolóniaÓleo de hortelã-pimenta, antiespasmódicos, tais como brometo de bu-tilescopolamina, drotaverina, otilónio (brometo), cimetrópio (brometo), pinavério (brometo), diciclomina[9]
EspanhaAntiespasmódicos, tais como otilónio (brometo), brometo de butile-scopolamina, cimetrópio (brometo), pinavério (brometo), diciclomina (cloridrato), óleo de hortelã-pimenta[10]

O que se pode extrapolar destas guidelines para o alívio da dor abdominal?

Todas as orientações recomendam o uso de antiespasmódicos (também conhecidos como espasmolíticos) para o tratamento da dor abdominal (ver Quadro). Além dos exemplos clássicos como o brometo de butilescopolamina e drotaverina, estas incluem outros fármacos, como pinavério e trimebutina. Todas as guidelines também recomendam o uso do óleo de hortelã-pimenta.

Analgésicos na dor abdominal?

É também instrutivo o que as guidelines não recomendam para o tratamento da dor abdominal, nomeadamente analgésicos, como o paracetamol, aspirina ou outros. Em primeiro lugar, isto deve-se à falta de dados clínicos sobre a eficácia. Em segundo lugar, o seu perfil de efeitos secundários (gastrointestinais) também desempenha um papel importante: por exemplo, queixas gastrointestinais, como azia, náuseas, vómitos e dores abdominais, são referidas como efeitos secundários frequentes com a aspirina.

Conclusões

A dor abdominal é frequente, diminui a qualidade de vida e pode ser tratada com êxito com antiespasmódicos, como o brometo de butilescopolamina, drotaverina ou óleo de menta. As várias guidelines para o tratamento do SII são consistentes na recomendação de antiespasmódicos para o tratamento da dor abdominal; algumas delas recomendam explicitamente o brometo de butilescopolamina e o óleo de hortelã-pimenta. Pelo contrário, nenhuma das guidelines recomenda analgésicos.

Bibliografia

  1. Palsson et al. Gastroenterology. 2016;150:1481ff.
  2. Wu et al. Hong Kong Med J. 2017;23:641ff.
  3. Ford et al. American Journal of Gastroenterology. 2018;113:1ff.
  4. Carmona-Sánchez. Revista de Gastroenterología de México. 2016;81:149ff.
  5. Song. J Neurogastroenterol Motil. 2018;24:197ff.
  6. Layer. Z Gastroenterol. 2011;49:237ff.
  7. Moayyedi. Journal of the Canadian Association of Gastroenterology. 2019;2:6ff.
  8. NICE, 2017 https://pathways.nice.org.uk/pathways/irritablebowel-syndrome-in-adults#path=view%3A/pathways/irritablebowel-syndrome-in-adults/managing-irritable-bowel-syndrome. xml&content=view-node%3Anodes-first-line-pharmacologicaltreatment (accessed 10.02.2020)
  9. Pietrzak. Gastroenterology Rev. 2018;13:259ff.
  10. Mearin. Rev Esp Enferm Dig. Madrid. 2016;108:332ff.

Conflito de interesses: T. Weiser é funcionário da Sanofi.

Divulgação: Texto e publicação médica financiados por Sanofi Aventis Deutschland GmbH.

Empresa/Correspondência: Thomas Weiser, PhD, Consumer Healthcare Medical Affairs, Sanofi-Aventis Deutschland GmbH, Industriepark Hoechst, 65026 Frankfurt am Main, Germany
Data de entrega: 22.10.2020Data de aprovação: 22.12.2020Data de publicação: 16.08.2021
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